domingo, 16 de maio de 2010

Notícias

Grupo TOCO participa do Fórum Paulo Freire em Porto Alegre
De 20 a 22 deste mês, o grupo de Teatro do Oprimido na Comunidade (Toco), projeto de Extensão da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), estará participando do XII Fórum de Estudos: Leituras de Paulo Freire, realizado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), na capital gaúcha. Sob coordenação da professora Fabiane Tejada, acadêmicos dos cursos de Teatro Licenciatura desenvolverão a metodologia sistematizada e popularizada mundialmente pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, que morreu em 2 de maio de 2009: o teatro-fórum.
Utilizando-se do método sistematizado por Boal, os acadêmicos/atores encenam um esquete que apresenta uma situação de opressão, abrindo espaço para a participação dos “espect-atores”, que poderão assumir os personagens, na cena, e mostrar – através da dramatização – como a personagem deveria agir/reagir para modificar a situação de opressão.
Inspirado nas propostas do educador Paulo Freire, Boal entendia o teatro como instrumento de emancipação política e de transformação da sociedade – ao identificar-se com situações de opressão apresentadas, o “espect-ator” poderia repensar sua própria postura diante destas opressões. Indicado ao prêmio Nobel da Paz em 2008, em reconhecimento a seu trabalho com o Teatro do Oprimido, Boal defendia que o teatro deveria ir ao público – e não esperar por ele. Os 22 livros escritos pelo conceituado teatrólogo foram traduzidos em mais de 20 idiomas e sua metodologia é desenvolvida em mais de 50 países nos cinco continentes do mundo.
Integram o Toco: Ana Alice Müller , Celio Soares Júnior, Lucia Elaine Berndt, Joice Lima, Paulo Alfrino Borba e Roberta Bandeira. No dia 6 de fevereiro, o grupo fez teatro-fórum no Dunas, integrando a programação do Fórum Social de Periferias, e no dia 8 de maio, na Colônia de Pescadores Z-3, trabalhando a metodologia com as mulheres daquela comunidade.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Notícias

Experiência no Dunas motiva acadêmicos de Teatro da UFPel a
criar grupo de Teatro do Oprimido
Na tarde do dia 6 de fevereiro, um sábado, um grupo de acadêmicos do curso de Teatro Licenciatura da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), coordenados pela professora Fabiane Tejada, levou à comunidade do Loteamento Dunas uma experiência diferente. Diferente não só para os moradores, como também para eles próprios, que pela primeira vez colocavam em prática o Teatro-Fórum, uma das técnicas desenvolvidas pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, que morreu em maio do ano passado, dentro do Teatro do Oprimido – assunto estudado nas aulas de Teatro na Educação III, ministradas por Fabiane. As encenações, que contaram com participação ativa dos moradores, integraram a programação do Fórum Social de Periferias.
A proposta de Boal é simples: o grupo apresenta uma cena (pré-definida e ensaiada pelos atores) em que um ou mais personagens sofre uma situação de opressão. O público assiste. O grupo, então, torna a apresentar a cena, mas, desta vez, qualquer pessoa da plateia tem o poder de interromper a ação e assumir o papel do personagem oprimido, mostrando de que maneira, na sua opinião, ele deveria agir para sair da situação de opressão – para isso, o “espect-ator” só tem que erguer o braço e dizer em voz alta a palavra “para” e a seguir tomar o lugar do personagem.
No Dunas, o grupo apresentou duas cenas. Uma delas, no “plenarinho” do Centro de Desenvolvimento do Dunas (CDD), mostrava uma situação de preconceito social: uma mulher simples entra em uma loja para comprar um vestido e é destratada pelo vendedor, que julga que ela não terá condições de comprar a peça de roupa desejada e, por outro lado, privilegia uma cliente que “parece ser rica”; a mulher simples também é discriminada pelo segurança, que a olha de modo desconfiado, como se tivesse certeza que ela irá roubar alguma coisa.
A segunda cena, apresentada na calçada, ao lado dos estandes de produtos artesanais, bem perto do CDD, caracterizou uma situação de machismo e autoritarismo: uma adolescente, articulada e líder na escola, é proibida pelo pai de comparecer às reuniões do grêmio estudantil e com a direção da escola, na qual proporia a aquisição de mais livros para a biblioteca do educandário, porque ele entende que “lugar de mulher é em casa, cuidando dos afazeres domésticos”; o irmão, igualmente machista, mantém a mesma postura e a mãe, conservadora, também é cúmplice da opressão.
“A receptividade foi surpreendente. Superou todas as nossas expectativas. As pessoas se identificavam e se envolviam de tal maneira com as situações apresentadas que pareciam esquecer que era teatro”, comentou a acadêmica Lucia Berndt, uma das proponentes do exercício. “A gente percebia que eles estavam ‘se vendo’ ali, nas cenas. Torciam e vibravam quando o oprimido reagia, como se celebrassem uma vitória coletiva, entravam na cena com verdade... Aquilo emocionou a gente”, recordou a professora Fabiane, que disse estar muito contente pelos alunos valorizarem esta forma de teatro e pelo despojamento com que buscaram conhecer a história do lugar para compor as cenas apresentadas. “Os estudantes conseguiram adaptar-se ao momento, a mudanças de última hora e às reações do público. Esse não é um trabalho para qualquer ator e o grupo desempenhou muito bem, foi muito bom mesmo”, elogiou.
Celio Soares Júnior confessou que estava receoso da reação das pessoas, sobretudo porque os personagens que ele tinha que interpretar nas cenas eram ‘odiosos’. “Eles tinham que ser bem antipáticos justamente para estimular as pessoas a reagir. Meu medo era que confundissem o ator com o personagem, mas, felizmente, isso não aconteceu. Tudo funcionou muito bem. No início eu acreditava que o teatro poderia modificar a sociedade, com o passar do tempo, acabei por perder essa crença, mas este trabalho me ajudou a recuperá-la. A troca de experiências com o público é sensacional”, disse.
“O teatro-fórum é uma metodologia riquíssima para desenvolver o caráter emancipador. Acho que atingimos o objetivo do Boal, de usar o teatro para estimular as pessoas a se posicionarem, ajudá-las a desenvolver fórmulas para resistir aos preconceitos... Aquelas cenas faziam tanto sentido para elas, as pessoas ficavam tão motivadas com a situação, tão indignadas, que não tinham timidez nem constrangimento, simplesmente se ‘atiravam’ no teatro para ‘arrumar o que estava errado’. Foi muito bacana”, ponderou a acadêmica Roberta Bandeira, que teve a iniciativa de levar a proposta ao Dunas no Fórum Social de Periferias.
“Eu me apaixonei por este trabalho porque é o que eu procuro fazer no meu dia-a-dia, me colocar socialmente, como cidadão, não ficar só como espectador. Desde o início do curso a gente falava em teatro como uma ferramenta para transformação social, mas ficava só na teoria. Pela primeira vez, a gente colocou isso na prática. Agora temos certeza que podemos fazer teatro e, ao mesmo tempo, ser transformadores sociais”, completou Lucia.
“Esta proposta é diferente porque não tem nada a ver com vaidade, o ator que está ali não espera receber elogios pela sua performance, ele sabe que é apenas uma peça no tabuleiro, que está a serviço de algo muito maior. A gente sabe que algumas pessoas tem maior facilidade para expor suas ideias e participar da ação cênica. Mas o que mais me motiva é pensar que mesmo aquelas que não entrarem na cena vão levar pra casa a reflexão sobre a situação exposta e, quem sabe, repensar as suas posturas de vida ou ajudar algum conhecido que esteja vivendo algo parecido. Acho que o melhor do teatro-fórum é isso: quem está assistindo, de uma forma ou de outra, está participando”, disse a acadêmica Joice Lima.
Entusiasmados com o resultado da experiência, os acadêmicos Célio, Joice, Lucia, Roberta e Paulo Borba, decidiram sugerir a criação do Grupo Teatro do Oprimido na Comunidade (TOCO/UFPel), com o intuito de levar o teatro-fórum e outras técnicas desenvolvidas por Boal às diversas comunidades de Pelotas. A professora Fabiane Tejada e o professor Paulo Gaiger, ambos do Instituto de Artes e Design, serão responsáveis pela coordenação deste projeto de extensão da UFPel, que deve começar as atividades em março.
TOCO trabalha metodologia teatral com mulheres da Z-3
O grupo de Teatro do Oprimido na Comunidade (Toco), estará na Unidade Básica de Saúde da Colônia de Pescadores Z-3 no próximo sábado (8), às 15h, trabalhando o teatro-fórum com as mulheres daquela comunidade. O projeto de Extensão que envolve acadêmicos dos cursos de Teatro Licenciatura e Música da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) desenvolve a metodologia sistematizada e popularizada mundialmente pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, que morreu há um ano, em 2 de maio de 2009.
Inspirado nas propostas do educador Paulo Freire, Boal entendia o teatro como instrumento de emancipação política e de transformação da sociedade – ao identificar-se com situações de opressão apresentadas, o “espect-ator” poderia repensar sua própria postura diante destas opressões. Com importância na área teatral reconhecida internacionalmente no mesmo nível de Bertold Brecht e Constantin Stanislavski, Boal acreditava que o teatro deveria ir ao público – e não esperar por ele.
Sob coordenação da professora Fabiane Tejada, os estudantes conduzirão uma oficina com exercícios de “aquecimento” e expressão corporal a um grupo de cerca de 40 mulheres de pescadores, residentes na localidade. A oficina inicial é preparatória para a segunda etapa da proposta: o teatro-fórum. Pelo método proposto por Boal, os acadêmicos/atores encenam um esquete que apresenta uma situação de opressão, abrindo espaço para a participação das espectadoras, que poderão assumir os personagens, na cena, e mostrar – através da dramatização – como acreditam que a personagem deveria agir/reagir diante da situação apresentada.
Em 2008, Augusto Boal foi indicado ao prêmio Nobel da Paz em reconhecimento a seu trabalho com o Teatro do Oprimido. Até hoje sua metodologia é desenvolvida em mais de 50 países nos cinco continentes do mundo. Os 22 livros escritos por ele foram traduzidos em mais de 20 idiomas. Integram o Toco: Ana Alice Müller , Celio Soares Júnior, Lucia Elaine Berndt, Joice Lima, Paulo Alfrino Borba e Roberta Bandeira. No dia 21 de maio o grupo apresentará o projeto no Fórum de Estudos: Leituras de Paulo Freire, em Porto Alegre.




quarta-feira, 12 de maio de 2010

VIVA BOAL! BY CENTRO DE TEATRO DO OPRIMIDO

"O mestre Augusto Boal sempre preferiu que a comemoração de seu aniversário fosse com atividades realizadas pelos praticantes do Teatro do Oprimido. Neste primeiro aniversário de seu falecimento, dia 2 de maio, os curingas do Centro de Teatro do Oprimido o homenageiam com muito trabalho Brasil adentro, mundo afora. Em Moçambique (África) estão Bárbara Santos e Cachalote Mattos, em Brasília estão Flávio Sanctum e Cláudia Simone, em Aracaju estão Geo Britto e Monique Rodrigues, em Vitória está Helen Sarapeck. Todos realizando atividades e eventos que integram o Projeto Teatro do Oprimido de Ponto a Ponto, com patrocínio do Ministério da Cultura por intermédio do Programa Cultura Viva. Cláudio Rocha, no Rio Grande do Norte, e Olivar Bendelak, no Rio de Janeiro, preparam as atividades que acontecerão na segunda semana de maio na Paraíba. No Rio de Janeiro Claudete Felix, Janaína Salamandra e Alessandro Conceição produzem do evento de quatro dias que vai ocupar a Praça do Largo da Lapa, na última semana de maio, e inclui o lançamento da nova edição da Metaxis, a Revista do Centro de Teatro do Oprimido. Eventos que também integram o Projeto Teatro do Oprimido de Ponto a Ponto. Em São Paulo Yara Toscano e Kelly di Bertolli seguem com as atividades de multiplicação. Também no Rio de Janeiro Graça Silva e Ney Motta dão o suporte administrativo e de comunicação, respectivamente, para toda a equipe de curingas. Esta é a nossa homenagem ao Caro Amigo. Viva Boal!"

terça-feira, 11 de maio de 2010

segunda-feira, 10 de maio de 2010