domingo, 13 de junho de 2010

Relatório de atividades - Forum paulo Freire

Atividades desenvolvidas:

Dia 20 de maio

Credenciamento e momento do acolhimento:

Fizeram à abertura oficial e falaram os professores Danilo Streck e Gomercindo Guiggi com a participação especial de Ana Maria de Araújo Freire.

Houve diálogos e reflexões dos fóruns anteriores e que a práxis desses encontros e debates é que trarão resultados e que todos juntos, educadores, professores e coordenadores dos movimentos sociais é que poderão fazer essas mudanças, que é difícil, mas é preciso e urgente.

Que o fórum é um movimento desta mudança e que ali, quem quer dizer pode dizer o que quiser dizer, que nascemos com tendências, mas vamos nos tornando diferentes a partir da construção do que queremos ser dentro das condições que nos são dadas socialmente e culturalmente.

Anita Freire falou que, Paulo Freire gostava das histórias populares, das histórias que tinham um senso comum.

Dia 21 de maio

Apresentação e discussão dos trabalhos em Grupo Temático:

Sala 605: Ação Cultural para a Comunidade

Outras Formas de Expressão

Foram apresentados seis trabalhos nesta sala sendo que, o primeiro com uma psicóloga de Canguçu que tem um movimento de educação musical para crianças e adolescentes, outro trabalho com uma pedagoga, que já fez teatro e que trabalha com Educação Especial com pessoas de 19 a 58 anos, onde a maioria são alunos da FEBEM, dois educadores que trabalham com crianças de rua e um músico que apresentou uma música “O Pensador da Educação” criada por ele juntamente com essas crianças, esses três trabalham juntos num mesmo projeto, o MDCA (Movimento dos Direitos da Criança e dos Adolescentes) e por último apresentamos nosso trabalho, Teatro do Oprimido na Comunidade, uma cena criada pelo grupo TOCO a partir da temática que nos foi apresentada em fevereiro deste ano no Loteamento Dunas em Pelotas, a esquete mostrou uma situação de opressão de uma senhora que entra em uma loja para comprar um vestido, por sua aparência e simplicidade o opressor/vendedor não acredita e não quer que ela compre este vestido, desconfiando que ela nem tenha dinheiro para isto. Abriu-se espaço para os integrantes da sala mudar o papel da senhora oprimida, trazendo assim, uma solução verdadeira para a cena e os tornando espect’atores.

A partir destes trabalhos apresentados nesta temática desta sala, concluiu-se que:

- temos que ser eternos entusiasmados;

- quanto mais estamos certos, mais percebemos que temos que mudar,

- temos que cuidar muito para não nos tornarmos opressores, isso é muito fácil, o cuidado e controle tem que ser diário, pois se enfrenta muitas adversidades;

- professores perderam a morosidade por conta destas adversidades e não conseguirem lidar com a opressão;

- estar consciente do seu corpo e o espaço que ele cria, no caso com os alunos especiais, os tornou mais carinhosos, na verdade diminui a agressividade existente entre eles;

- a comunidade tem que ter mais participação, respeito, responsabilidade, empoderamento, interconectar-se com os problemas sociais e ter mais esperança;

- romper com a lógica do “se apanho tenho que bater”, na verdade discutir com eles (as crianças) o conceito dos direitos e deveres, para terem na verdade responsabilidade;

- e, fazer com que a criança se sinta parte do processo é totalmente estimulante e importante para eles.

Dia 22 de maio

Das questões problematizadoras às ações propositivas: dialogando com Ana Maria Freire

Anita Freire responde:

- Em que medida o saber de experiência-feito potencializa a práxis em tempos de sociedade híbrida?

Na verdade ela antes de responder pergunta: - O que se entende por sociedade híbrida, pois Paulo se considerava um pós-moderno, diferente da modernidade americana, mas achava que as mudanças deveriam existir e que o saber da experiência vivida, do senso comum, era muito importante para essas mudanças e que este saber potencializa sim a práxis desde que submetido ao poder transformador da prática/teoria voltando para a prática, pois essa transformação acontece a partir do intuir que comprova e conclui. É o diálogo da prática com a teoria e com a prática novamente, é dialético.

Ela responde como faremos uma práxis revolucionária com o exemplo do filme “O Alto da Compadecida” de Ariano Suassuna, colocando como solução essa manha e esperteza nordestina a resistência à escravatura. Existe um enfrentamento, pode ser dentro das escolas, mas pode estar e deve estar também, dentro das associações, sindicatos e até dentro de partidos políticos, o MST é um bom exemplo que segue sempre pelo caminho do enfrentamento, e que, tem que se “aproveitar as brechas existentes e ir abrindo outras, assim uma educação em um sistema fechado, teria que ter outros movimentos”, que “se a educação não pode tudo, alguma coisa ela pode” (Citação de Paulo Freire).

Participando do fórum, estaríamos desafiando e pensando antagonicamente ao capitalismo e seu sistema fechado.

Intervalo Cultural

Teve apresentação da banda do MDCA e o grupo TOCO foi convidado, neste dia, para apresentar sua cena do teatro fórum apresentada na sala.


Encerramento

Anita Freire encerra dizendo que o professor tem que ter amor a sua profissão e gostar igual de seus alunos, não ter preferências e muito menos rejeições, pois ele transmite para a criança, ela sente mesmo que ele não explicite que se deve ter respeito com cada criança, com os adolescentes e com adultos.

Que para se ter um diálogo diante de cada contexto, temos que buscar permanentemente o conhecimento desta realidade, estabelecendo a escuta e a construção efetiva das condições dialógicas junto a cada grupo.


: LUCIA ELAINE CARVALHO BERNDT